WandaVision | Primeiras Impressões

Após um longo período sem produções Marvel, WandaVision atualiza o MCU em um formato inovador e carregado de surpresas em suas entrelinhas.

Chegou nesta sexta-feira, 15, a primeira produção original da Marvel Studios para o Disney+. WandaVision explora não apenas uma nova faceta de dois personagens importantes dos quadrinhos, como também introduz uma nova maneira de contar histórias nas produções do estúdio.

Carregando elementos cômicos e referências a seriados antigos, WandaVision se apresenta inicialmente com um enredo intimista, junto a um núcleo de personagens pequeno, comparado aos grandes filmes que já conhecemos, mas muito bem definido. Os dois episódios iniciais, que são objetos desta avaliação, se dedicam a desenvolver a relação de Wanda e Visão, além de criar com o público uma ligação que até então, nesse ponto do universo, pode ter sido ofuscada quando esses personagens estavam na posição de coadjuvantes ao lado de outros grandes nomes durante os filmes.

É fácil se envolver emocionalmente com o casal, visto que tanto Elizabeth Olsen, quanto Paul Bettany, performam um protagonismo carismático em meio a atmosfera aconchegante de uma sitcom, de uma comédia familiar. A série permite que tais personagens, por mais que conheçamos em seus arcos menores nos filmes, consigam se mostrar ao público além dos uniformes e de seus superpoderes. Aqui, tais pontos são engrenagens que ajudam a destacar a personalidade de cada um, mas não são os pontos únicos que os definem. E, através dos episódios, poderemos mergulhar no que fazem esses dois serem quem eles são, e entender como estão, digo isso, porque claramente a série está em movimento, nuances, entre a essência que eles carregam consigo e a desilusão da realidade simulada que estão inseridos. Esse será um ponto interessante de acompanhar semanalmente.

Em sua narrativa, apesar do disfarce idealizado de uma história familiar e cômica, é impossível não notar nesses dois primeiros episódios certas pistas do que vem aí. No assombro de pequenos momentos de falhas no cotidiano perfeito, vislumbramos um sombra no olhar de Wanda que nos faz questionar a sanidade de tal personagem, principalmente, quando resgatamos o histórico da Feiticeira Escarlate nos quadrinhos. Em contraposição, Visão parece um tanto assimilado a sua nova realidade televisiva, e, a julgar que o personagem foi morto em “Guerra Infinita” e possui um retorno misterioso, é justificável seu posicionamento mais aéreo que Wanda, que se mostra bastante consciente em certos momentos.

Além desse panorama geral, podemos comentar ainda mais um ponto interessante da produção, a inserção de falsos comerciais, tendo referências diretas a elementos do Universo Cinematográfico Marvel. Esses comerciais podem ser vistos de dois ângulos, como meros recursos visuais a agregarem o formato televisivo desenvolvido para a série, mas também, podem ser projeções de memórias ou traumas da própria protagonista disfarçados no contexto em que a narrativa está sendo guiada. As entrelinhas nesses primeiros episódios são os ganchos condutores para uma ambiciosa sequência que se encaminhará o enredo.

E, nesse sentido, se engana quem em primeiro olhar julgar a série como um produto de menor qualidade, ou acreditar que continuará nessa premissa intimista e sem tantas sequências e momentos majestosos como os filmes, visto que o orçamento ultrapassa os das produções cinematográficas e a quantidade episódio permitirá uma gradação narrativa que com certeza irá guardar o melhor para o final.

Pelo misto de emoções e as pulgas plantadas atrás de nossas orelhas, podemos dizer que WandaVision é uma nova era para a Marvel Studios, repaginada e atraente desde seus primeiros episódios. Dedicando-se a homenagear seu novo formato, criar um laço entre telespectador e personagens, além de desenvolver de forma ambiciosa uma maneira inovadora de contar uma história de super heróis, que apesar do início inocente, não se intimidade em dar pistas de que um grande evento acontecerá na pacata vizinhança de Westview.

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