O legado após 20 anos de X-Men: O Filme

Há 20 anos a 20th Century Fox Studios lançava pela primeira vez no cinema um filme de uma equipe de super-heróis da Marvel, a aposta era em um time muito conhecido no meio dos quadrinhos, mas em uma mídia que nunca explorou ou sequer tinha adaptado um grande grupo do gênero antes. É claro que, em live-action, já tínhamos assistido Superman e Batman irem às telonas, contudo, apostar em um evento cinematográfico com muitos heróis e vilões, sem infantilizar o enredo e numa época onde o apelo ao tema não era muito grande… foi um tiro no escuro, sendo um projeto bastante inovador para o estúdio. Assim, X-Men abriu caminho para muitas adaptações que viriam no futuro e impulsionou o gênero a um novo patamar e a maior público.

LOGAN
Foto: Fox/Reprodução

A saga dos mutantes é cercada por opiniões mistas, alguns filmes são bem recebidos, outros nem tanto, contudo, olhar para essas obras vai além de buscar uma qualidade de um universo íntegro e previamente bem elaborado. Sem dúvidas é possível perceber furos e alguns desagrados nas conexões entre um filme e outro, entretanto também é possível encontrar um conteúdo divertido, envolvente e inovador. X-Men é um produto de testes para sua época, como dito anteriormente, não possuía referenciais, e, dessa forma, não era fruto de um planejamento audacioso como foi a criação do Universo Cinematográfico Marvel dos Vingadores, era falho, mas único, incomparável e por isso foi amplamente bem recebido em sua época e com um bom retorno financeiro.

Os filmes dos jovens superdotados era um produto que visava conversar com seu nicho e ampliar sua audiência; dessa forma, apesar da fantasia que envolve os superpoderes, a produção apostou em um visual mais pé no chão para figurinos e locações, integrando a um elenco mais adulto, que envolviam alguns nomes desconhecidos e outros com trabalhos reconhecidos, como  Ian McKellen e Patrick Stewart. Bryan Singer, que não tinha um grande histórico em Hollywood, assumiu a direção do filme e tornou-se responsável por desenvolver os principais elementos da série que impactariam para sempre todo o cânone de filmes.

X-Men foi responsável por dar nome a criar papéis icônicos para o cinema, além de dar alavancar atores que até então não eram tão populares. É impossível não pensar no Wolverine quando falamos de Hugh Jackman, e o mais engraçado é que o ator nem era a primeira opção para o papel, que antes tinham sido cogitados atores como Dougray Scott, Russel Crowe, Aaron Eckhart, entre outros, mas por fim, parou na mão do australiano que se tornou, junto com Patrick Steward, recordista no Guinness Book de mais tempo atuando em um mesmo personagem da Marvel, cerca de 16 anos até a despedida no aclamado Logan.

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E muito além da sua importância para o gênero, os filmes de X-Men souberam também trazer aos seus enredos a luta de minorias, a complexidade de discussões como preconceito, desigualdade, segregação entre grandes problemas sociais em metáforas bem construídas e cenas marcantes, desde abordagens simples como a de um olhar torto da população para com as crianças superdotadas como em momentos mais explícitos como no arco da cura mutante e nos discursos dos políticos contra a “ameaça” do gene X. Como não se emocionar em cenas pequenas e poderosas como a do personagem Bobby, quando ouve de sua própria mãe: “Mas você já tentou deixar de ser mutante?”

Os mutantes criaram uma nova geração de leitores de quadrinhos e amantes de super-heróis, o filme foi a porta de entrada para muitas crianças, adolescentes e até adultos para o universo dos comics. E, adverso das conturbadas opiniões e polêmicas que envolvem a trajetória das produções do cinema, podemos dizer que X-Men é sim um grande nome com um grande legado, um pioneiro que influenciou e se tornou referência para muitas obras que vieram e virão anos depois e um marco importante na vida de todos que foram telespectadores e cresceram com suas produções.

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