Brevemente, chegará ao Disney+ a nova série animada da Marvel Studios: ‘What If…?’. Contudo, algumas pessoas ainda se questionam do que essa nova produção se trata e se será válido assistir. Pensando nisso, explicaremos aqui a origem do tema nos quadrinhos e, juntamente, veremos como esse conceito pode se encaixar no MCU.
‘What If…?’, conhecido no Brasil como “O Que Aconteceria Se?”, surgiu nos quadrinhos em 1977, ganhando 13 volumes. A série de HQs se dedicou a explorar o que certos momentos chaves do cânone dos quadrinhos poderiam ter se tornado, caso algo tivesse acontecido diferente ou até deixado de acontecer. Nesse sentido, a temática gira em torno das possibilidades narrativas de certos eventos e momentos da Marvel sob uma nova ótica.

Através do olhar de Uatu, um Vigia (ser cômico que aparece observando as maiores sagas dos quadrinhos), o leitor analisaria o potencial das múltiplas realidades do multiverso, capturando, às margens de situações cruciais, um arco que há criatividade e liberdade de pensar o que poderia ter sido, caso houvesse ali um ponto divergente, um mínimo detalhe fora do lugar, como isso afetaria o mundo e outros personagens.
Muitas tramas do universo principal tinham chance de se tornarem “pontos de divergência”, ganhando nesses quadrinhos um novo encaminhamento. Por exemplo, há oportunidades de se criar uma ambiguidade quanto a um herói se tornar vilão, tal como como seria o contexto caso um herói morresse ou caso um personagem morto tivesse sobrevivido. Sempre levantando as indagações “Por que não?” e “E Agora?”, nem sempre um alegoria dramática ou trágica, como também em uma leveza de tom cômico.
Assim, a série ganhou títulos como: “O que aconteceria se o Homem-Aranha tivesse se juntado ao Quarteto Fantástico?; “O que aconteceria se o mundo soubesse que o Demolidor é cego?”; “O que aconteceria se Jane Foster tivesse encontrado o martelo do Thor?”; “O que aconteceria se o Motoqueiro Fantasma, a Mulher-Aranha e o Capitão Marvel fossem vilões?”; “O que aconteceria se o Doutor Estranho fosse discípulo de Dormammu?”; etc;

Essa capacidade de revisitar essas histórias e recontá-las impulsionou as noções de multiverso, tal como instigou que a Marvel resgatasse o selo e revisitasse importantes arcos dos quadrinhos sob um novo olhar.
No encaderno “What If…? – As Grandes Sagas Marvel”, que sairá nacionalmente em breve pela Panini Comics, é possível percebermos esse resgate e a diversidade de rumos que se pode atribuir a uma história antiga que pode ser reformulada, reciclada e mesmo assim se tornar algo completamente novo, diferente e atrativo.
Como a própria sinopse demonstra, “O que aconteceria se o Aniquilador tivesse chegado à Terra em Aniquilação? O que aconteceria se o Homem de Ferro tivesse perdido a Guerra Civil? E se o Hulk tivesse pousado em um planeta pacífico em Planeta Hulk? E se o Aranha e Wolverine se tornassem a dupla de assassinos mais eficiente do mundo?”, enfim, as possibilidades são infinitas.

Já no Universo Cinematográfico Marvel, teremos uma série animada, que irá de forma muito semelhante explorar as possibilidades de histórias alternativas para personagens conhecidos. Levando em conta os acontecimentos de Loki, o multiverso já é existente e à medida que a linha do tempo se ramificou em vários pontos de divergência, podemos esperar as tramas mais diferentes possíveis.
Conforme é visto em trailer e materiais promocionais, alguns elementos que virão ser apresentados são: “E se Peggy Carter fosse uma Capitã ao invés de Steve Rogers? Tal como, podemos ver o Rei de Wakanda T’Challa no papel de Senhor das Estrelas, de Guardiões da Galáxia. Além disso, “O Que Aconteceria Se Killmonger tivesse salvado Tony Stark da explosão no deserto?”, entre outros diferentes e curiosos destinos.

Não desdenhe, caso ache que essas versões alternativas não são importantes ou dignas de atenção, já que todo conceito que abrange a série é o primeiro palpável e oficial contato com a concretização do multiverso, onde o visualizaremos, não apenas falaremos sobre como um ideia abstrata, o que torna esse assunto importante por todas próximas produções da Marvel.
Nesse sentido, esse será o grande primeiro esboço do que podemos esperar dessa nova fase e do que poderemos ver a seguir, podendo ou não conter certos personagens, dicas ou detalhes que no futuro venham ser importante ou resgatados nos filmes live-action. Lembra que foi dito lá em cima que em uma edição de “What If…?” foi considerada a possibilidade de Jane Foster levantar o martelo do Thor? Esse enredo não só veio a ser utilizado depois nos quadrinhos para construção de uma Thor feminina canônica, como também é uma provável trama para o próximo filme do deus do Trovão. Visto que, em “Thor: Love and Thunder”, dirigido por Taika Watiti, já foi confirmado o retorno de Jane Foster (Natalie Portman) com direito a atriz segurando o martelo durante o anúncio.
Assim, “What If…?” é uma série realmente inovadora, diferente e com potencial para nos surpreender. A produção chega semanalmente às telas através da plataforma de streaming da Disney a partir do dia 11 de agosto.