CRÍTICA | Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis

O universo Marvel se reinventa e se expande mais uma vez, em uma aposta completamente nova que vai de nova mitologia à novas organizações.

Em Shang-Chi e a Lenda dos Dez Aneis, Shang-Chi, interpretado por Simu Liu, é um jovem chinês criado por seu pai em reclusão, sendo treinado em artes marciais. Quando ele tem a chance de entrar em contato com o resto do mundo, logo percebe que seu pai não é o humanitário que dizia ser, vendo-se obrigado a se rebelar. O filme também é estrelado por Tony Leung como Wenwu, Awkwafina como Katy, a amiga de Shang-Chi, e Michelle Yeoh como Jiang Nan, bem como Fala Chen, Meng’er Zhang, Florian Munteanu e Ronny Chieng.

©Marvel Studios 2021. All Rights Reserved.

Desenvolver algo relacionado ao Dez Anéis nesse filme não foi difícil, já que todas as representações desse organização foram terrivelmente adaptadas ao MCU e agora toda sua historia entra na linha. Sua presença é forte e ameaçadora tanto quanto seu antagonista, que em minha opinião é um outro nível de vilão, uma vez que sua presença ameaçadora é expressada desde a roupas que usa até as feições de seu rosto, toda a atmosfera criada por Wenwu é absurda. O filme nos surpreende a entregar algo incomum para o antagonista, um coração magoado e partido, ainda mais em alguém com poder.

O motivo do inicio desse texto seja mencionando o vilão, pai de Shang-Chi, é mais um motivo para lamentar a ideia de que Simu Liu em diversas vezes fica de segundo plano, por acaso, em meio de personagens que se provam ser mais interessantes que Shaun, ao decorrer da trama. Sua irmã, sua melhor amiga e seu pai, que preenchem as cenas com o protagonista, roubam a cena na maioria dos momentos. É indispensável dizer que esse foi um dos filmes que mais entregou comedia do Universo Cinematográfico, a química de Simu e Awkwafina se faz presente o tempo todo, é doce, boba e quebra o padrão do romantismo em filmes de heróis. Xialing, a irmã de Shang-Chi, surpreende em ter o coração grande na trama, apesar de também partido. Seu arco foi um ponto bem finalizado graças a uma das cenas pôs-créditos, e sem prometer, trouxe uma nova inspiração para heroínas.

Photo courtesy of Marvel Studios. ©Marvel Studios 2021.

A competência do protagonista é pouco explorada, numa trama que trata de amadurecimento perde a oportunidade de deixar uma mensagem, entregando apenas a luta do bem contra o mal em seu clímax, o que de certa forma não é um problema. Acredito que poderia ser levado mais além a opção de fechar o arco de amadurecimento, ao invés de relacionar com apenas fazer o que for preciso.

Acho quase inexplicável a formosura que as cenas de batalha são entregues, um nível altíssimo de profissionalismo. Todo o terceiro ato com certeza é o ponto alto da trama, visualmente falando, a aposta nova apresentada é promissora. Tudo é novo, locações, mitologia, organizações, diálogos. Em uma empresa como a Marvel que tem mais de dez anos lançando filmes de super-heróis se reinventar é necessário e isso é entregue da melhor forma possível. Se possível, assistam nos cinemas. Uma experiência icônica, que com certeza irá formar uma legião de fãs ao redor do mundo.

©Marvel Studios 2021. All Rights Reserved.

A cenas pós-créditos (o filme possui duas) ativam o desejo de um novo grande evento no universo Marvel, prepara o caminho pra uma possível sequencia e sua presença nos Vingadores é reconfortante.

Nota: 8

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