IT: Capítulo Dois é uma produção de Andy Muschietti, adaptada da obra de Stephen King e distribuída pela Warner Bros. O segundo filme traz o Clube dos Otários de volta para Derry após 27 anos de uma pausa do palhaço Pennywise.
O filme tem um enredo assustador por si só, mas as composições de acontecimentos e cenas reafirmam o gênero do longa. Não é um terror só baseado em demônios, existe o terror social empregado desde os primeiros atos: a homofobia e a violência doméstica, por exemplo. Quando um casal gay é seriamente agredido por “machões” da cidade e jogam um deles no rio, e as cenas de violência sofridas pela personagem Bervely Marsh (Jessica Chastain) por parte do marido ciumento no momento em que ela recebe o chamado de volta para Derry.
É interessante observar a forma como as aparições vão se justificando, nada acontece porque “tem” que inserir o personagem. As pessoas aparecem com propósitos bem claros e embasados. A montagem entre o real e o imaginário são as partes que ocasionam as cenas mais aterrorizantes do longa. Ver “monstros” do passado daqueles adultos que retornaram às lembranças de seus dias de criança, passa a sensação de uma dívida com os assuntos mal resolvidos.
O terror emocional é muito mais presente em algumas cenas do que as atrocidades e os demônios, diferente do filme de terror clássico. O palhaço Pennywise é alimentado e pega as pessoas através do ego, na verdade, é uma metáfora e tanto: quanto mais você “amacia” o ego de alguém (com medo, elogios ou desacreditando de si por causa de outro), mais poderosa a criatura se sente. O segredo, o tempo todo, estava nas verdades que deveriam ser ditas e que Pennywise usou contra aquelas “crianças” durante todo o tempo.
O jogo de cenas e diálogos são impecáveis. Podem até pensar que o filme trata-se muito mais de magia, contudo a magia mora na diferença da produção. A origem de Pennywise é muito bem formulada e contada, não tirando os holofotes das mensagens que o roteiro tinha como objetivo passar.
IT: Capítulo Dois é um filme de terror que vale a pena ver nos cinemas.
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