CRÍTICA | Bohemian Rhapsody

Lembrar do Queen e não lembrar-se de Freddie Mercury, é como falar de Thiller e não citar Michael Jackson. Bohemian Rhapsody conseguiu desenvolver uma história na qual Queen tivesse um foco, mesmo a história se tratando de Freddie, seu vocalista.

O filme em si não é uma homenagem a Freddie, mas sim as musicas nas quais fizeram do Queen o que eles são até hoje, uma das maiores influencias no mundo do Rock. Bryan Singer pecou em dar uma super resumida na vida dos outros membros da banda, e dando um certo destaque a Roger(Bem Hardy), que apesar de tudo sempre foi o mais próximo de Freddie. Brian(Gwilym Lee) e John(Joseph Mazzello) não tiveram um papel maior no longa, sendo assim a história de cada um deles ficou muito rasa, apenas citando que tinham mulheres, filhos, uma família, mas não aprofundada de forma alguma, não da forma na qual todos mereciam, é como se Bryan Singer, o diretor, quisesse realmente fazer um filme focado totalmente em Freddie, o que ele acaba pecando. Focar demais no vocalista do Queen, fez com que a trama se arrastasse, principalmente no lado romantesco do cantor, tanto com Mary(Lucy Boynton) que desenvolveu um excelente papel, dando vida, emoção, drama e sofrimento a sua personagem, quanto com Paul, que foi a relação que consumiu, que claramente acabou com a vida de Freddie, levando-o as drogas, as festas noturnas diariamente, e claro, a AIDS, consumindo toda a sua vida, bloqueando sua carreira, destruindo cada momento no qual ele batalhou e soltou a voz.

Os figurinos do filme é algo impressionante, o tom, e a forma na qual são feitos, na qual foram feitos, mostra o quanto a equipe se dedicou a tudo aquilo, mostra o impeto. Cada nova roupa que Freddie usava era mais icônica que a anterior.

Remi Malek, o quão longe ele pode chegar? Muitos desacreditavam que o rapaz protagonista de Mr Robot poderia trazer a vida um dos maiores ídolos da história do Rock in Roll. Malek não só deu vida a Freddie, como fez uma de suas melhores performances até hoje. We Will Rock You foi escrita de uma forma genial, foi elaborada de uma forma sem igual, surreal, talvez até rara. Mas o que dizer da musica titulo do filme? São semanas, meses de trabalho árduo até que o Queen chegasse no tom perfeito da imaginada por Mercury. O filme ele mostra o quanto Freddie pode ser um amor com seus amigos, Mary e sua mãe e irmã, ele mostra mais ainda, ele retrata o quão ridículo e imbecil foi Freddie com sua banda, com seus amigos desde seus surtos coma sua própria personalidade, quanto ao momento no qual ele traiu seus amigos, sua família. Bohemian passa para todos os que assistem o que Freddie realmente foi, um cara amável, que insiste, que ama quem está ao seu lado, mas também que é insuportavelmente um humano cheio de falhas. Mas é tudo isso que é deixado de lado quando ele sobre no palco, quando ele realmente entende o que ele é, o que ele pode fazer. A forma na qual ele conduz a plateia, fazer até mesmo a ultima pessoa mais longe de todas se sentir como se ele estivesse bem ali, na sua frente. O longa te trás para dentro da história, te apresenta falhas, te mostra que os efeitos da platéia não são dos mais lindos, isso fica nítido. Mas a forma na qual Bryan fazer com que você se emocione em certos momentos, e que as musicas provavelmente lhe causem arrepios, é algo para se aplaudir de pé. Malek entregou uma performance praticamente completa, com o único defeito em abordar os dramas particulares do cantor, é como se você não sentisse aquilo, mas é diferente quando ele está feliz, quando ele sobe no palco, você, eu, todos nós telespectadores podemos sentir a energia, o qual Bryan, Remi e companhia nos puxam para dentro do filme, cada show é uma sensação de querer levantar e pular, cantar junto, porque o filme por si só faz isso com você, estremesse todo o seu sangue, seu esqueleto, e faz com que você queira sentir aquele momento além da poltrona na qual você está. Passando por todas as turnês que a banda fez e finalizando com maestria, sem medo de arriscar, mas mostrando o quão longe aquele momento pode ir, você se sentir ali, cantarolando os maiores sucessos de uma das maiores bandas de Rock da história. Freddie, apesar de seus dramas, entrega performances indescritíveis que nem mesmo seus companheiros de banda entendem, e só podem admirar o qual espetacular é ver o cantor trazendo o publico para mais perto de si, mesmo estando longe, ele faz com que o Wembley com um mar de pessoas sejam apenas uma única pessoa junto a Freddie nessa jornada de musicas arrepiantes. O filme se trata de uma jovem estrela cheia de ambições que com o passar dos minutos vai perdendo o seu brilho, até brilhar totalmente e grandiosamente no Live AID, o Gran Finale de um filme com leves deslizes, e personagens enxutos. Bohemian Rhapsody não é sobre o Queen, nem totalmente sobre Freddie Mercury, mas é sobre a vida, é sobre você acreditar na sua vida, acreditar no que você é capaz, não é para sonhar baixo, é para sonhar alto, e quanto mais alto, mais você corre atrás e faz acontecer.

3,5/5

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