*Atenção! Este post pode conter spoilers.
Depois de 7 anos contando histórias que envolveram HYDRA, Inumanos, extraterrestres, inteligência artificial, viagem no espaço e viagem no tempo; Agents of SHIELD retornou às suas origens e avançou entre as décadas para sua última missão.
A temporada final de Agents of SHIELD é caracterizada por diferente momentos. O primeiro conta com a equipe sendo perseguida pelos chronicoms durantes diferentes épocas, já que o grupo de vilões tem o objetivo de extinguir a organização da Terra, para que assim consigam estabelecer domínio. Nesse primeiro arco da série, os personagens transitam em diferentes versões da SHIELD, durante a sua construção no Universo, vemos de fato uma jornada desde a criação até os tempos áureos. Aqui, o roteiro consegue entregar grandes referências, momentos icônicos e boas sequências de ação e humor.
O segundo momento da temporada, que ocorre no meio dos acontecimentos e surge envolvido como o início das consequências pela passagem dos agentes durante diferentes períodos, resgata os inumanos, apresentando um novo vilão que não teria sobrevivido na timeline original. Este enredo mostra-se importante para o final, contudo, a construção desse novo antagonista é o tanto quanto apressada e desesperada. Nathaniel Malick é um personagem fraco e com diálogos o tanto quanto caricatos, entretanto podemos dizer que a sua presença, apesar de tediosa, não foi desnecessária, já que o roteiro soube amarrar todos os elementos para que a narrativa fosse guiada para o grande ato final.
O terceiro momento, a parte final da temporada, compreende as consequências dos dois primeiros, o colapso das interferências e a necessidade de tudo ter sido bagunçado para se consertar. É um verdadeiro filme, visto que os dois episódios finais foram inclusive exibidos juntos, e encerra com grandiosidade a missão final dos agentes, honrado cada um individualmente.
É interessante observar que, neste ponto, a série tenta conectar-se os conceitos pré-estabelecidos pelo Universo Cinematográfico Marvel, elementos de ‘Vingadores: Ultimato’ são utilizados aqui, como o reino quântico e o multiverso de diferentes timelines e realidades. Esta temporada honra não só a construção de enredos e histórias próprias da série, como também se impõe como parte integrante do MCU através do uso de suas teorias. (Esse é um assunto que renderá um outro post).
Quanto ao elenco e seus personagens, todos atingem o ápice de sua construção. Se por um lado a ausência de Fitz (Iain De Caestecker) deixou um sentimento de saudade, o protagonismo de Jemma Simmons (Elizabeth Henstridge), como a grande cientista que é, e em certos momentos também líder, conseguiu agradar e muito os telespectadores. A personagem não só exibiu domínio primoroso de conhecimentos, como foi uma figura central na equipe, que além de lidar com a pressão de situações difícies, precisava superar conflitos internos e segredos pessoais.
Daisy (Chloe Bennet) teve a oportunidade de mostrar todo seu potencial como agente e inumana, revisitando seu passado e reencontrando rostos conhecidos. A personagem teve a oportunidade de colocar ponto final aos seus fantasmas e ganhar um desfecho justo e adequado. Uma agradável surpresa e acréscimo de saldo positivo foi o retorno do Agente Sousa (Enver Gjokaj), apresentado na série Agent Carter, o personagem teve um química indiscutivelmente boa com toda equipe e formou um ótimo interesse romântico para a Agente Johnson.
O Diretor Mack (Henry Simmons) alcançou a figura de liderança, não apenas como chefe, mas como um pai (ou irmão mais velho), que guia sua equipe com inteligência, como também com coração. E, apesar do visual grandão e sério, o personagem deve um arco de redenção emocional consigo, tendo que enfrentar seus próprios pontos fracos para crescimento próprio. Que Deke (Jeff Ward) é um excelente alívio cômico, nós já sabemos, mas nessa temporada pudemos ver outra camada do personagem, uma com sentimento altruísta e muito caridosa com seus colegas.
Yo-Yo (Natalia Cordova-Buckley) e Melinda May (Ming-Na Wen) formam uma dupla de potência durante toda temporada; ambas foram figuras de força e perspicácia durante toda a série, e nessa temporada ambas tiveram a chance de mostrar faces frágeis de seus personagens, que no fim encontraram auxílio uma na outra para superar suas limitações. E, assim, tornam-se um símbolo de união feminina e alcançam suas melhores versões.
Enquanto a sexta temporada parecia ter desgastado a imagem de Clark Gregg, a sétima aprimora Coulson. Em sua versão MVA (LMD), o personagem é revitalizado, em muitos momentos durante os episódios assemelha ter a jovialidade e o brilho nos olhos de sua primeira aparição no filme ‘Vingadores’, ao mesmo tempo que contém a sagacidade e as novas capacidades por ser um modelo artificial. Esta figura, que foi um elo durante muitos anos para todo o MCU, brilha em sua participação e se despede no melhor estilo Coulson.
E, reiterando o que eu disse no meu post de primeiras impressões da temporada, Agents of SHIELD entrega uma ambientação muito consistente com todas as épocas e cenários que visita, mesmo sendo uma série de tv, não tendo um orçamento enorme, como nas produções do Marvel Studios. Os efeitos especiais e visuais são interessantes, as roupas são delicadas e diversificadas, casando com locações bem escolhidas.
No fim, Agents of SHIELD entrega um desfecho bem amarrado e consistente com seu universo, fazendo jus a todos personagens e entregando uma última missão digna aos fãs e aos seus protagonistas. A série não só termina em seu auge, como deixa um legado para todas futuras produções originais Marvel no formato.
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