CRÍTICA| Ad Astra – Rumo às Estrelas

Extremamente tecnológico e absurdamente humano, Ad Astra chega ao cinemas no dia 26 de Setembro para mostrar a vida real de um homem por trás da roupa e do glamour de ser um astronauta.

Reprodução Fox Filmes

Em um futuro não muito distante, a humanidade finalmente consegue viajar entre os planetas em busca de esperança e de um futuro melhor. Ao contrário dos filmes futuristas, a Terra nesse cenário não está morta, em extinção ou esgotada, mas curiosa por explorar novos territórios além do conhecido.

Como sempre, Brad Pitt arrasa na atuação, conseguindo expressar a confusa face do astronauta Major Roy McBride. McBride demonstra ser impecável para o trabalho de astronauta devido ao seu excelente preparado físico e psicológico, mas, ao mesmo tempo, sofre com as rachaduras emocionais deixadas por seu pai Clifford McBride (Tommy Lee Jonas), um renomado astronauta que desaparece dos radares na juventude de Roy.

Devido ao seu diferencial físico e psicológico na profissão, Roy acaba se tornando uma espécie de super herói durante a trama, pois essas características pessoais rompem o limiar da normalidade e se tornam algo exagerado no momento de solucionar as problemáticas do filme. Com outras palavras, parece não haver situação impossível para Roy, pois ele é capaz de tudo. Além disso, a trama apresenta alguns momentos aleatórios e muitas mortes detalhadamente desnecessárias (parece que estas foram adicionadas para exaltar Roy e para não desperdiçar o bom uso dos efeitos especiais)

Em relação à fotografia e à cenografia, não há o que criticar! Viajar pelo espaço sideral nunca foi tão real! Imaginar que aquilo tudo foi criado por efeitos cinematográficos é algo que não se passa pela cabeça enquanto se assiste ao filme. A paleta de cores é impecável, a visão dos planetas é real e admirável e o céu estrelado é de deixar qualquer um sem ar.

Reprodução Fox Filmes

Infelizmente, o enredo da trama é repetitivo e sem muitos momentos de surpresa ou revelação. A obra não consegue te prender pela história que, apesar de ser humana e de fácil identificação, acaba sendo muito redundante e apresenta uma solução básica demais para o tamanho da problemática que é abordada. Além disso, o suspense central é fraco, fácil de ser deduzido e não justifica por completo os pontos que foram levantados durante o filme.

Uma coisa interessante a se apontar também é a estratégia inteligentíssima de utilizar os focos da câmera e fazer um jogo com estes. Além de utilizar muito o close em momentos chave, eles também utilizam o reflexo do visor do capacete do astronauta para mostrar cenas importantes de outro ponto de vista, o que foi admirável e muito bem pensado.

Reprodução Fox Filmes

Outro ponto interessante de Ad Astra é de demonstrar como que a raça humana continua sendo egoísta, conflituosa e ambiciosa no futuro. Inteligentemente, o filme demonstra a exploração humana na Lua, que acaba se tornando uma Terra mais estilosa, com comércio, lanchonetes, entretenimento… Com outras palavras, viajar para Lua é como fazer uma viagem ao exterior; mas ao mesmo tempo, a exploração sem limites é algo criticado: quem disse que a Lua “deseja” ser um ambiente similar à Terra? Isso acaba lembrando o período colonial e imperialista da Europa com a América e África, ou seja, se na narrativa de Ad Astra houvesse um povo na Lua, certamente estes seriam explorados e dominados pelos humanos que iriam impor sua cultura e seus costumes.

Para as defensoras do Teste de Bechdel, essa obra audiovisual acaba se tornando uma decepção, pois as figuras femininas (além de serem poucas) são majoritariamente insignificantes para a trama.

Finalizando, diferente dos outros filmes de astronauta, Ad Astra não tem como protagonista o espaço sideral, mas a vida passada (com consequências no presente) de Roy McBride. Apesar do enredo redundante e fraco em torno da relação pai e filho e dos momentos de tensão continuada, a obra apresenta um cenário de tirar o ar, no qual o espectador consegue realmente apreciar as belezas do espaço.

Dica da Lo: para se deliciar no espaço sideral, nada melhor do que assistir ao filme em uma sala IMAX.

Nota para o longa: 6,8

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