CRÍTICA 2 | X-Men: Fênix Negra

Desejo, dor e fúria na derradeira aventura dos X Men nesta era!

Ainda posso me lembrar do primeiro contato que tive com a franquia X Men: fim de uma tarde de sábado, numa locadora no interior de SP chegava o lançamento do mês, o primeiro filme dos X Men e ele estava disputadíssimo. Imagino que muitos de nós devem ter lembranças semelhantes a essa, de uma época em que assistir o filme e se divertir era muito mais importante do que criar mil linhas narrativas ou elaborar N argumentos do porque tal filme é péssimo; o roteiro é piegas; os atores são péssimos, enfim, uma infinidade de motivos que nos levam a odiar um filme.

Pois bem, os tempos mudaram e cá estamos em 2019, com uma população cheia de desejos e vontades a serem supridas e um senso crítico muito mais apurado, graças a crítica internacional que se tornou fator preponderante para a formação de opiniões. De lá pra cá, muuuuuuuuita coisa também mudou na trajetória dos X Men, e acredito que a mais significativa delas tenha sido a mudança no comando dos filmes, especificamente deste último Fênix Negra: sai o contido diretor Bryan Singer e entra o excelente Simon Kinberg, que já havia roteirizado outros filmes da franquia e utiliza-se deste trunfo para construir aqui uma obra redondinha e linear, com um roteiro simples mas eficaz dentro de sua narrativa e que tenta suprimir ao máximo alguns erros do passado! Não se sai totalmente bem nesta empreitada, mas também não decepciona.

X Men: Fênix Negra é visualmente impecável, a excelente utilização do CGI cria um mundo onde os poderes dos mutantes são orgânicos o suficiente para tornarem-se verossímeis dentro daquele universo, sem jamais perder o ar de fábula fantástica que envolve a narrativa dos X-Men’s. A excelente direção nos dá planos de ação de tirar o fôlego com os mutantes em sua fórmula máxima: super poderes para enfrentar um inimigo super poderoso; com este argumento faço questão de ressaltar que este é de longe o filme que todos esperavam dos X Men ao menos no quesito aproveitamento de personagens e de seus poderes em cena. A boa escolha em reduzir o número de mutantes na batalha contra a Fênix Negra nos dá uma visualização perfeita do trabalho em equipe e do uso dos poderes de cada um, dando-lhes importância e não apenas lhes oferendo uma figuração de luxo.

As atuações estão na medida do que o roteiro oferece, não é nada espetacular, mas não faz feio frente as câmeras! Vale ressaltar que o elenco feminino é um show a parte, e elas roubam a cena o filme todo! Sophie Turner está excelente em sua personagem, trazendo nuances interessantes aos conflitos vividos por Jean Gray; Jessica Chastain confere brilho e imponência a sua vilã graças ao excelentíssimo poder de atuação da atriz, já que o roteiro faz questão de renegá-los a meros et’s malvados, mas quem acompanhou toda as água por trás do filme sabe que eles teriam um papel muito importante, minado pela chegada antecipada de Capitã Marvel aos cinemas!
O trio da pesada James McAvoy, Michael Fassbender e Jennifer Lawrence seguem bons em seus papéis sem oferecer grandes destaques aos seus personagens, brilham na medida e se despendem da franquia sem fazer muito barulho.

Fazendo um balanço geral do filme, temos problemas, temos diálogos expositivos, algumas atuações cafonas, mas ainda assim temos uma obra que diverte muito, que em momento algum se propõe a ser a reinvenção da roda, e esse acaba sendo seu maior acerto! Um roteiro simples e linear, narrado com a ajuda de uma excelentíssima trilha sonora composta pelo lendário Hans Zimmer, com cenas de ação de cair o queixo e com personagens encantadores que com certeza fazem com que não vejamos a hora de vê-los novamente na tela de cinema!

Uma despedida pontual deste universo marcado por altos e baixos, mas que com certeza vale muito a pena ver no cinema! X Mens sejam bem vindos a Casa das Idéias, enquanto o futuro não chega, já estamos com saudades.

NOTA: 8,0

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